Conheça a Copaíba: uma árvore típica do Cerrado e da Amazônia!

A copaíba, ou ainda, o gênero Copaifera possui 28 espécies catalogadas, das quais 16 são endêmicas do Brasil, ocorrendo principalmente nos biomas amazônico e do Cerrado, sendo adaptada a grandes variantes do ambiente, ocorrendo em terras alagadas na Bacia Amazônica até nos solos mais firmes do Cerrado do Brasil Central. 

A espécie é uma das escolhidas para a implantação do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do projeto Corredor Caipira, ou seja, um banco genético, que abriga  informações hereditárias para que possam ser usadas de forma imediata ou, ainda, com potencial uso no futuro.  

Este trabalho está sendo desenvolvido na região de Piracicaba, interior de São Paulo, pelo projeto Corredor Caipira, realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Além disso, o projeto visa fazer a restauração florestal de 45 hectares no  interior paulista, nos municípios de Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, Anhembi e Santa Maria da Serra, em que o bioma do Cerrado e da Mata Atlântica Semidecidual são predominantes. Por isso, a importância de falarmos sobre uma espécie tão útil como a copaíba

Quer conhecer mais sobre suas utilidades no uso cosmético, medicinal e, também, na restauração de áreas degradadas? Nos acompanhe neste texto! 

Uso medicinal e cosmético da Copaíba

A copaíba (Copaifera spp.) produz um óleo-resina muito utilizado nas indústrias cosméticas para redução de cicatrizes, estrias, celulites e ajuda na regeneração do colágeno da pele. Este composto também é usado para fazer xampus, condicionadores e cremes hidratantes, pois pode ajudar no tratamento para caspas, seborréia, além de deixar os cabelos mais macios e brilhantes. 

Na indústria farmacêutica possui um amplo uso. Não é à toa que é conhecida  popularmente como “bálsamo da Amazônia”. Além disso, o óleo é amplamente utilizado na medicina popular, possuindo diversas aplicações como efeito antiinflamatório, gastroprotetor, analgésico, antioxidante e inseticida. Dessa forma, tal óleo possui considerável valor comercial e a copaíba apresenta-se como uma espécie potencial para exploração em um sistema de manejo. 

Contudo, é preciso sempre ter atenção à procedência do óleo ou do produto a base de copaíba quando for utilizá-lo seja para fins cosméticos ou medicinais. Afinal, a extração predatória do produto, além da possibilidade de adulteração com óleo vegetal ou até a contaminação por hidrocarbonetos derivados do petróleo oferecem riscos sérios ao meio ambiente e, também, à saúde humana. 

Por que plantar copaíba em áreas de restauração? 

A copaíba é uma das espécies prioritárias para reflorestamentos protetivos, mesmo tendo seu crescimento lento. A espécie é recomendada para restauração de mata ciliar em locais com inundações periódicas de média a longa duração, além de ser indicada para plantio em áreas permanentemente encharcadas. 

Isso porque a espécie pode tanto ser encontrada em áreas de solo bem drenado e fértil, quanto locais com solo pobre, ácido e álico, o que mostra o quanto ela é adaptável ao ambiente – algo que faz toda a diferença quando pensamos no sucesso da restauração. 

Outra característica que a ajuda a ser “queridinha” das restaurações no Brasil, é a facilidade de dispersão de suas sementes quando atingem a fase adulta, que podem ser amplamente disseminadas por pássaros. O fruto da copaíba agrada o paladar das aves, o que ajuda a propagar as sementes pela área e, assim, dar continuidade à espécie. 

Agora que você conhece um pouco mais sobre a copaíba, que tal conhecer mais sobre o projeto de restauração que pretende plantar várias destas espécies (e outras), pelo interior paulista? Conheça mais sobre o Corredor Caipira através do site e das redes sociais do projeto. 

Escrito por Allícia Magno, aluna de Engenharia Florestal, e Carlos Beretta, aluno de Ciências Biológicas, na Esalq/USP