O uso de modelos econômicos para restauração e/ou recuperação ambiental é certamente uma importante forma de viabilizar financeiramente a adequação ambiental de propriedades rurais.
As espécies potenciais para o aproveitamento madeireiro é uma oportunidade assegurada pela Lei 12.651/2012 para áreas de Reserva Legal, desde que efetuado considerando os princípios de baixo impacto ambiental do manejo florestal sustentável, no qual o favorecimento à regeneração, a manutenção da biodiversidade da estrutura horizontal e vertical das florestas e, especialmente, o baixo volume de corte dentro de cada ciclo do manejo são premissas indissociáveis.
Quais espécies são indicadas para fazer a recuperação ambiental?
Ainda nestes modelos, o grupo das espécies podem ser composto por árvores provedoras de produtos não madeireiros que disponibilizarão receitas a partir de um momento inicial de produção perpetuando esta condição ao longo de muitos anos, como por exemplo, com o uso de castanhas (baru), frutas/polpa (pitanga, abil, grumixama, bacuri, juçara, cagaita, morolo, araçá, cereja-da-mata, uvaia, pequi, jaboticaba) e resinas (amescla, copaíba, sangra d’água), podendo também haver exóticas (goiaba, lichia manga, citrus, banana, etc).
O uso das entrelinhas com cultivo de espécies anuais (milho, feijão, mandioca etc.) possibilita a produção e conjuntamente contribui para a condução dos sistemas. Contudo, estes arranjos, especialmente os agroflorestais, são importantes de serem construídos conforme interesse e aptidão de cada agricultor/proprietário rural. Alguns arranjos de sistemas agroflorestais são permitidos até mesmo nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) quando em pequenas propriedades rurais.
Serão apresentados a seguir 5 modelos econômicos para restauração e/ou recuperação ambiental propostos pelo projeto Corredor Caipira. O Corredor Caipira é um projeto realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Cabe ressaltar que, como qualquer modelo, quando for aplicado sempre há a necessidade de adaptações e aprimoramento junto aos proprietários rurais e agricultores, que deverá ser realizado considerando seu interesse e aptidão. Ter modelos prévios facilita para a apresentação e discussões sobre as possibilidades de uso destes sistemas na região.
Os modelos propostos consideram tanto a produção madeireira como a produção não madeireira, podendo ser utilizados conjuntamente. O uso de espécies exóticas em não mais de 50% da área é também considerado. Neste aspecto, vale ressaltar que o uso destas espécies pode ser uma alternativa interessante já que possuem tecnologia reconhecida e cadeia de produção e mercado estabelecido.
Modelo Econômico 1 – Modelo com de espécies nativas para aproveitamento madeireiro sob regime de manejo florestal sustentável
Espaçamento 3 x 3 m – 1.111 árvores/ha