Como a Educação e a Cultura têm um papel primordial no Projeto Corredor Caipira?

O Projeto Corredor Caipira – Conectando Paisagens e Pessoas, traz em seu nome a busca por responder com vida a um funcionamento da sociedade que promove a fragmentação das florestas e também da cultura nos mais diferentes aspectos. A resposta que o projeto dá a fragmentação das paisagens é o reestabelecimento de suas conexões através da implantação dos corredores ecológicos com florestas e agroflorestas. 

A Restauração Florestal é um elemento evidente neste projeto, serão 45 hectares implantados em 2 anos, realizados pelo Nace-Pteca e Fealq, patrocinados pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. 

Mas e a desconexão das pessoas com seus lugares e territórios? E a falta de articulação entre os diferentes movimentos e setores da sociedade para a realização de estratégias de melhoria socioambiental? E as oportunidades de conexão de pessoas, comunidades e instituições? Qual a importância destas reflexões e de se realizar um trabalho que promova este tipo de conexão no contexto do Corredor Caipira? Vamos falar sobre isso a seguir. Confira! 

A importância da educação e da cultura no processo de conexão entre paisagens e pessoas

Para acessarmos este elemento de conexão de pessoas, o qual é parte integrante deste projeto, em primeiro lugar vamos olhar para a importância disto nas ações de restauração florestal e implantação de agroflorestas previstas no projeto. Para restaurar uma área, não basta defini-la como prioritária para a fauna local transitar e portanto configurá-la como importante para a realização de plantios. 

Não basta por vários motivos, mas um exemplo que ilustra este fato, é que pode ser que quem mora ali naquela área idealmente mapeada como prioritária para plantio de floresta não esteja disposto realizar nenhuma ação desse tipo, ou por outro lado, pode ser também que determinada proprietária de terra queira muito fazer uma agrofloresta e tenha muito conhecimento sobre sua região e sua área possa se tornar uma “área escola” para que outros e outras possam aprender e se inspirar. 

Enfim, para que as ações de restauração ocorram e possam perdurar no território é imprescindível criar mobilização, processos de articulação, diálogo e também de formação com as pessoas e instituições diretamente envolvidas com as restaurações florestais e mais que isso: é necessário promover trocas de saberes; captar informações sobre os locais a partir da visão de quem faz parte de cada local; trazer à tona a partir de diálogos o que faz sentido para cada um presente nos contextos de atuação do projeto e descobrir as riquezas sociais e culturais das pessoas, comunidades e organizações envolvidas com estes processos. 

É interessante considerar também que os 45 hectares que serão implantados são muito significativos para região, porém representam uma porcentagem pequena do que deve ser restaurado, ou seja, 45 hectares não são suficientes para reconectar as paisagens da região em questão. Muitos outros projetos como esse devem acontecer. Essa é uma tarefa que exige a conexão de toda a sociedade com esta temática. Então, faz parte dos esforços do Projeto Corredor Caipira promover processos educadores que alcancem diferentes públicos e contribuam para a uma mudança de modos de viver, na qual agroecologia e floresta sejam prioridade neste território para a população e o poder público .

Neste processo todo de criação de conexão de pessoas, a cultura local e a cultura caipira com toda sua diversidade de modos de viver, manifestações culturais e artísticas são promotoras de união e também de construção de identidade e pertencimento, aspectos estes que são chave para uma mudança de modo de vida em que se almeja que as pessoas se conectem entre si e com o cuidado e a transformação de seus lugares.

Como o Corredor Caipira fará essa conexão entre paisagens e pessoas? 

Almeja-se com as ações previstas no projeto a co-criação de uma rede viva e atuante de pessoas e instituições, comprometidas com a transformação socioambiental do território de abrangência do projeto. Para tal é imprescindível o engajamento de pessoas, comunidades e instituições e o Projeto Corredor Caipira fará isso por meio da realização de um processo educador dialógico e que traga à tona o papel e a importância da cultura caipira como mobilizadora de envolvimento e união de toda a comunidade, com destaque para as mulheres, os afrodescendentes, as crianças, as agricultoras e os agricultores. 

Serão realizados, nessa segunda fase de atuação do projeto (2024 à 2028) 6 cursos para diferentes públicos com carga horária de 80 horas cada e uma série de 46 oficinas durante toda a duração do projeto. Fique de olho em nossa programação para acessar estas oportunidades de se conectar com o Projeto Corredor Caipira!

Você também acredita no diálogo, cultura e educação como agentes conectores entre paisagens e pessoas? Se você também acredita no poder deste processo, mora nas regiões contempladas diretamente ou indiretamente pelo Projeto Corredor Caipira e deseja participar de alguma forma, acesse nosso formulário de contato e nos mande uma mensagem! Seu envolvimento pode ajudar nesta transformação.