Conheça a Canafístula, uma árvore presente nas cidades e no reflorestamento!

A Canafístula (Peltophorum dubium) é uma árvore da família Caesalpiniaceae, uma nativa da Mata Atlântica que se espalhou pelos biomas do Cerrado, Pampas, e por áreas de transição entre as partes úmidas e secas do Pantanal e também em países vizinhos. 

Suas flores, em forma de espigas, vão do amarelo ao rosa, permanecendo mesmo quando as folhas caem. A floração ocorre em épocas diferentes na vastidão territorial do Brasil: aparecem na primavera e verão (dentre os meses de setembro a março) nas regiões sudeste, sul, e no estado do Mato Grosso do Sul; e em Pernambuco acontece no período chuvoso, de março até agosto. Os frutos têm formato de lança e contêm quatro sementes, sua dispersão ocorre pelo vento (anemocórica).

Além de muito bela, esta espécie tem um grande potencial na recuperação de áreas degradadas. Por isso, a Canafístula integra o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do projeto Corredor Caipira, o qual é responsável por preservar o material genético de 20 espécies de árvores nativas, em ambiente de restauração florestal.

Este trabalho está sendo desenvolvido na região de Piracicaba, interior de São Paulo, pelo projeto Corredor Caipira, realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Quer conhecer sobre o uso humano e como se dá o processo de reflorestamento pela Canafístula? Siga lendo este texto! 

Recursos que a Canafístula nos promove

Além de sombra e serviços ecossistêmicos, a espécie apresenta grande interesse econômico por sua madeira rosada e durável, sendo por isso visada na construção civil e marcenaria. Quando reduzida a pó, obtém-se uma substância vermelha usada como corante.

Suas flores melíferas atraem insetos polinizadores; suas raízes, folhas, flores e frutos possuem propriedades medicinais: relata-se uso anti inflamatório, contra infecções fúngicas e ação febrífuga.

Como a Canafístula pode ser usada na recuperação de áreas degradadas?

Esta é uma árvore de copa ampla, que pode atingir 20 a 25 metros de altura. Ela é considerada uma “espécie secundária inicial” – ou seja, considerando a sucessão ecológica (ritmo de crescimento natural da floresta), é uma árvore que se desenvolve rapidamente e logo após a ocupação do ambiente por espécies pioneiras, que por sua vez são as primeiras plantas a se estabelecer.

Entretanto, a Canafístula apresenta algumas características que se assemelham às das espécies pioneiras: ocupa áreas abertas, capoeiras, clareiras, pastagens e bordas de mata, sendo por isso indicada para reflorestamento e recuperação ambiental em matas ciliares. 

Tal ocupação se dá por meio de suas sementes, que, ao chegarem no solo exposto (não coberto por serrapilheira), germinam com o aumento repentino da temperatura, e assim brotam mudas resistentes. A partir daí, seu desenvolvimento veloz garante condições para que outras formas de vida ali passem a existir!

Agora que você conhece um pouco mais sobre a exuberante Canafístula, esperamos que possa apreciá-la ainda mais quando a encontrar em meio à paisagem! Para conhecer mais sobre a diversidade das árvores que coexistem conosco, continue de olho no nosso blog e nas redes sociais do Corredor Caipira.

Escrito por Isabella de Oliveira Facin, aluna de Psicologia na UNESP/Bauru e voluntária no projeto Corredor Caipira

Fotos: Medicinais Plantas e Mauricio Mercadante