A fragmentação de habitats representa um dos principais obstáculos à conservação da biodiversidade tanto no Brasil quanto no mundo. O aumento do desmatamento provoca a diminuição da biodiversidade, eleva a vulnerabilidade à extinção em nível local e induz o isolamento de populações de plantas e animais. Portanto, o reflorestamento desempenha um papel fundamental nesse processo, pois possibilita a criação e ampliação de corredores ecológicos, que são essenciais para restaurar a conectividade entre os diversos ecossistemas.
Dessa forma, O Corredor Caipira, projeto realizado pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (Esalq/Usp), com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, está promovendo a criação de corredores ecológicos por meio do reflorestamento, com a meta de restaurar 100 hectares de florestas e agroflorestas até 2028.
Nesse contexto, ao conectar fragmentos florestais, o projeto garante o fortalecimento e a preservação da fauna e da flora nos municípios de Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria da Serra e Anhembi.
Vamos conhecer essa relação entre reflorestamento e corredor ecológico?
Corredores ecológicos e sua importância
Os corredores ecológicos são áreas vegetativas que interligam ecossistemas, como matas, florestas e unidades de conservação, que foram separadas devido às ações antrópicas. Essas passagens naturais facilitam o deslocamento de espécies entre diferentes regiões, permitindo
a troca genética entre populações e a redução dos impactos negativos da fragmentação dos habitats.
Os principais benefícios proporcionados pelos corredores ecológicos incluem:
- Proteção de nascentes e cursos d’água;
- Conservação de espécies em extinção;
- Prevenção segregação de habitats;
- Redução do isolamento de habitats;
- Aumento da biodiversidade funcional.
Dessa forma, no Brasil, diversos corredores ecológicos estão distribuídos entre os diferentes biomas, incluindo a Mata Atlântica, que é uma das regiões prioritárias para a conservação da biodiversidade. A criação desses corredores possibilita a conexão entre as espécies e seus habitats.
Reflorestamento como estratégias de conexão
O reflorestamento pode ser usado como uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento e ampliação dos corredores ecológicos. A fragmentação dos habitats, causada pelo desmatamento iminente, faz com que populações de fauna e flora sejam isoladas e, consequentemente, haja perda de diversidade genética e o aumento do risco de extinção local.
Na região de Piracicaba e municípios próximos, as iniciativas de reflorestamento produzidas pelo “Corredor Caipira” buscam restaurar áreas degradadas e estabelecer conexões entre remanescentes florestais, favorecendo espécies da fauna local, como o muriqui-do-sul, o maior primata das Américas, que depende de grandes áreas florestais interligadas para sua sobrevivência. Para saber mais sobre essa relação entre os muriquis-do-sul e a Mata Atlântica, assista ao vídeo: