Desastres naturais são fenômenos que ocorrem espontaneamente em diferentes escalas geográficas e geram uma destruição física dos ecossistemas e ambientes. Eles têm origem em características marcantes dos componentes da Terra, como as diferenças de pressão e temperatura e as movimentações das massas de ar, a movimentação das placas tectônicas e do magma do manto terrestre, a movimentação das massas de água, entre outros.
Os mais conhecidos são aqueles de grande porte, como vulcões em erupção, tsunamis, terremotos, ciclones e furacões. Porém, diversos fenômenos em escala local são, também, de extrema importância para as mudanças no ambiente e afetam diretamente a vida social, econômica e ambiental de várias pessoas no Brasil. São eles: deslizamentos, inundações, subsidências e erosão.
Esses últimos fenômenos, por sua vez, podem decorrer da ação antrópica, ou seja, a partir das interferências e modificações do ambiente realizadas pelo homem. Um exemplo recente de como as ações humanas potencializam esses desastres naturais é o rompimento da barragem de Brumadinho, um desastre decorrido das ações humanas, que custou a vida de muitas pessoas e causou inúmeros impactos negativos sobre o meio ambiente, como a perda da biodiversidade local, contaminação da água e dentre outros.
Quer saber como diminuir ou prevenir-se dos desastres naturais? Continue acompanhando este texto feito pela equipe do projeto Corredor Caipira, que é realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Mas o que podemos fazer para diminuir ou prevenir os desastres naturais?
Há alguns desastres sobre os quais não há muitas ações que a sociedade civil possa realizar para prevenir. Porém, há outras ações e decisões que podem ser tomadas para que alguns desses desastres sejam evitados:
- Não jogar lixo nas ruas
Durante as chuvas, o lixo em que não há o descarte correto é carregado para o sistema de drenagem, chegando até rios e mares, onde causa vários tipos de prejuízos ao meio ambiente, como a morte de espécies da fauna e da flora aquática.
Nas cidades, o acúmulo de lixo nas ruas causa um outro fenômeno: esses dejetos entope bueiros e resultam na falta de escoamento da água da chuva, o que causa inundações, que destroem patrimônios materiais e podem levar pessoas à doenças e mortes.
- Não construir e nem morar em casas localizadas em morros íngremes
Por conta do crescimento desordenado das cidades, é comum vermos a ocupação e construção de moradias, principalmente pela população mais carente, em áreas íngremes ou em terrenos que apresentam alto risco de erosão. Contudo, construir casas, de forma precária, em locais como barrancos, morros, fundos de vale e margens de rios, contribuem para os riscos de deslizamentos e enchentes em épocas de chuvas fortes e prolongadas.
- Não destruir ou retirar a maior parte da cobertura do solo
O desmatamento favorece o processo de desgaste do solo. Deixá-lo descoberto, principalmente quando não se manuseia com os devidos cuidados, favorece o processo de erosão, que é intensificado por chuva ou vento.
Com o desgaste do solo, os resíduos são levados para as fontes de água e se sedimentam, o que diminui a capacidade e a vazão dos rios, além de contribuir para a poluição dessa fonte. Isso impacta diretamente no abastecimento hídrico tanto nas cidades como no campo.
- Não queimar pastagens, fazer fogueiras ou jogar fósforos ou bitucas de cigarro em florestas
As queimadas destroem biomas de valor inestimável para nossa sobrevivência na Terra, mas também geram prejuízos em casas e lavouras afetadas. Além disso, a fumaça causa problemas respiratórios e eleva a taxa de hospitalizações.
Mas as consequências das queimadas não param por aí: a emissão de carbono durante a queima da vegetação intensifica a crise climática, o que prolonga a época das secas e afeta a produção do campo e o abastecimento de água e energia elétrica das cidades.
Para além desses fatores, é importante acompanhar as medidas que o governo local tomar para prevenir os desastres, mitigar seus impactos, preparar a infraestrutura e a logística em caso de ocorrência, alertar a população, se organizar para agir durante a ocorrência de algum desastre, reconstruir após um desastre e reabilitar os serviços e os sistemas de abastecimento das comunidades, também após um desastre. No Brasil, a Defesa Civil Nacional toma frente nas ações de redução de desastres naturais, a partir de um programa de Gerenciamento de Desastres Naturais.
Você quer saber mais sobre atitudes para promover a transformação do território e reduzir a incidência e os impactos de desastres naturais, principalmente os que são causados ou potencializados pelo ser humano? Continue acompanhando o projeto Corredor Caipira em nosso site e, também, nas nossas redes sociais!
Escrito por Carolina Palavicini Gallardi ( aluna de Engenharia Florestal e Licenciatura em Ciências Agrárias)