Saiba como o Corredor Caipira desenvolveu seu diagnóstico socioambiental

O diagnóstico socioambiental da paisagem da área de Abrangência Territorial do Corredor Caipira, projeto patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, tem como objetivo fazer o mapeamento de informações dos municípios abrangidos.

Esta ação tem o intuito de embasar a definição de critérios para escolha de áreas para implantação de florestas e agroflorestas com o propósito de promover a conectividade da paisagem.

Você sabe o que é e como foi feito o diagnóstico socioambiental do Corredor Caipira? Que tal conhecer um pouco deste processo essencial para a preservação do meio ambiente, não só da nossa região, mas de todos os biomas?

Porque é necessário um diagnóstico socioambiental para conectar paisagens?

Antes de tudo, é preciso entender a paisagem como um mosaico de elementos entre os quais ocorrem trocas. Esses elementos são de diferentes tipos de uso e ocupação do solo, como por exemplo, agrícola, urbano-industrial e vegetação natural. Os padrões espaciais da paisagem, isto é, as características de cada elemento e como eles se distribuem no espaço, influenciam nos processos ecológicos, responsáveis pelo manutenção da vida nos ambientes naturais.

Nos ambientes naturais, encontram-se diversos habitats, regiões que possuem as condições necessárias para que uma espécie, animal ou vegetal, se estabeleça. A quantidade, localização e conexão entre áreas de habitat na paisagem determinam a dispersão das espécies e sua perpetuação. Portanto, é possível definir conectividade como a capacidade da paisagem de facilitar os fluxos biológicos, e dependerá da proximidade dos elementos de habitat e dos corredores entre eles.

Como é feito o diagnóstico socioambiental?

No diagnóstico socioambiental, é feito o uso de medições e cálculos executados por softwares de geoprocessamento, que avaliam a variedade e quantidade dos elementos da paisagem, bem como sua distribuição espacial. Assim pode-se reconhecer elementos de habitat isolados, para os quais é necessário que se implantem corredores que estabeleçam sua conexão com a rede de habitats.

Na região do Corredor Caipira, os fragmentos de floresta de Mata Atlântica são os elementos da paisagem que se deseja reconectar. É uma tarefa grande, longe de depender apenas de conhecimento acadêmico e trabalho técnico, mas que necessita do envolvimento da administração pública e da sociedade civil.

Áreas ocupadas pelos biomas originais na Área de Influência Direta do Projeto Corredor Caipira

Onde pode ser implantado um corredor agroecológico?

O Código Florestal é a lei federal que determina onde se localizam as áreas de preservação permanente, conhecidas pela sigla APP, que são áreas sensíveis e fundamentais para conservação da natureza e dos recursos naturais (como, por exemplo, as margens de cursos d’água). O Código Florestal também regulamenta o quanto deve-se conservar de reserva legal, ou apenas RL, que é a porcentagem de área das propriedades rurais cobertas por vegetação nativa. No estado de São Paulo, por exemplo, essa porcentagem é de 20%. As APPs e RLs, quando respeitadas e bem conservadas, se configuram em elementos e corredores de habitat na paisagem. Com o entendimento e cooperação entre os atores sociais, pode-se empreender neste desafio com sucesso.

Abrangência Territorial do Projeto Corredor Caipira com destaque para as cinco principais áreas protegidas da região

Como uma das primeiras atividades do diagnóstico socioambiental, foi levantada a área de APP a ser recuperada nos municípios da área de influência direta do Projeto Corredor Caipira, ou seja, Águas de São Pedro, Anhembi, Piracicaba, Santa Maria da Serra e São Pedro. Foi identificado um déficit de cobertura vegetal nativa equivalente a 287 km2, maior que a área do município de Santa Maria da Serra, que tem 256 km2.


Ou seja, por meio do nosso diagnóstico socioambiental conseguimos determinar com exatidão o tamanho do desafio que será conectar as paisagens e conservar o bioma da nossa região. Vamos reflorestar?