O jatobá é uma árvore nativa da Mata Atlântica de grande porte, com frequência em solos argilosos e solos pobres. Possui sua ocorrência desde o México ao sul do Brasil e é considerada uma espécie clímax, onde nessa densa distribuição são encontradas outras sete variedades.
Essa espécie floresce durante a estação seca até o início da estação chuvosa, com os frutos amadurecendo durante a estação chuvosa e suas flores são polinizadas por morcegos do gênero Glossophaga. Com as vagens se formando ao redor de 9 meses após a florescência e caem em um período de três meses, tendo sua principal maneira de dispersão de sementes grandes mamíferos que se alimentam do fruto.
Esta espécie está dentre as escolhidas para o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do projeto Corredor Caipira, ou seja, um banco que guarda informações genéticas hereditárias para uso imediato ou com potencial de uso futuro.
Este trabalho está sendo desenvolvido na região de Piracicaba, interior de São Paulo, pelo projeto Corredor Caipira, realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Quer conhecer mais sobre as utilidades do jatobá na alimentação e de forma medicinal? Então, continue lendo este texto!
Como podemos usar seus recursos na nossa alimentação?
Seu tronco, ao ser furado com o trado, fornece o chamado “vinho do jatobá” muito apreciado na região amazônica. O fruto é utilizado na alimentação humana e animal sendo muito procurado por animais silvestres como a paca, a anta, a cutia e diversos tipos de macacos que comem a polpa e dispersam as sementes pela floresta. A polpa é considerada uma boa fonte de açúcar dietético com alta concentração de fibras, pode ser misturada com água para preparar refrigerantes ou fermentada para produzir bebidas alcoólicas.
O jatobá tem propriedades medicinais?
Em relação ao uso medicinal, o jatobá tem uma história ancestral de uso por parte dos indígenas, que produzem resina que são utilizadas como incenso, verniz e medicamentos.
A casca das árvores é macerada pelos índios Karajá no Peru para tratar diarréias. O chá da casca também é utilizado como anti hemorrágico e vermífugo. Na Amazônia brasileira a seiva é utilizada para combater a tosse e a bronquite; a casca, para problemas estomacais e combate a fungos tanto nos pés como no nariz.
No Brasil, a espécie é utilizada para tratar: dores de estômago, anemia, falta de apetite, artrite, bronquite, bursite, descongestionante, diarréia, disenteria, febre, flatulência, fungicida, hemorragias, hematúria, hepatite, faringite, tuberculose, laxante, uretrite, retenção de urina e vermífugo.
É uma espécie muito versátil, não é mesmo? Então, agora que você já sabe sobre as várias utilidades que o jatobá pode ter no seu dia-a-dia, que tal compartilhar este texto com as pessoas que você conhece, que pode gostar deste conteúdo? Você também pode apoiar nosso projeto, nos acompanhando nas redes sociais!
Escrito por Allícia Magno, aluna de Engenharia Florestal, e Carlos Beretta, aluno de Ciências Biológicas na Esalq/USP.