Você sabe o que é agroecologia? Descubra seus 5 princípios básicos

A agroecologia é uma ciência que reúne um conjunto de práticas de agricultura sustentável que abrange questões sociais, políticas, culturais, ambientais e éticas em suas ações. 

Ela tem por objetivo entender o funcionamento de agroecossistemas e suas interações visando a conservação e a ampliação da biodiversidade dos sistemas agrícolas de forma culturalmente sensível, socialmente justa e economicamente viável, tendo como objetivo um ambiente sustentável.

O Corredor Caipira, por exemplo, está realizando a restauração florestal na região de Piracicaba/SP, usando os princípios agroecológicos para a construção de corredores ecológicos em 45 hectares da região. É um projeto realizado pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. 

Parece interessante, não é? Então veja a seguir alguns princípios fundamentais que estão presentes nas práticas agroecológicas. Confira!

Quais os princípios da agroecologia? 

Podemos nomear a agroecologia de três formas: 

  • Como Ciência, pois é um campo de pesquisa, ensino e extensão;
  • Como Movimento, pois agrupa pessoas em direção a uma mesma causa;
  • Como Prática, já que possui uma diversidade de técnicas 

Para compreendê-la melhor, é preciso saber que ela reúne em seus saberes um conjunto de técnicas e correntes para dar base às suas práticas e a todo o movimento. Confira-as na imagem abaixo e inspire-se com seus principais autores em cada uma dessas áreas:

A seguir, listamos para você 5 princípios norteadores da agroecologia. Vamos conhecê-los?

1. Promoção da biodiversidade 

A agroecologia tem uma proposta que contrapõe a monocultura, pois promove a biodiversidade no cultivo, valorizando espécies nativas da região. Isso porque, há um impacto muito positivo em sua adoção em vários sentidos, sendo os principais deles: 

  • A diversidade de espécies auxilia na manutenção dos ciclos biológicos naturais;
  • Aumenta a disponibilidade de nutrientes no solo, o que fortifica o cultivo e faz a intervenção com adubos químicos e outras práticas não ser necessário;
  • Os alimentos se tornam mais nutritivos e saudáveis, uma vez que são de origem orgânica; 
  • Promove a diversidade alimentar para a sociedade. 

2. Atenção aos saberes científicos e populares

Apesar da agroecologia ser uma disciplina científica, sua prática voltada aos âmbitos sociais e políticos, a faz ter atenção aos saberes populares e tradicionais provenientes de experiências de agricultores familiares, da comunidade campesina e indígena. 

Esta ciência tem como princípio sistematizar os saberes empíricos tradicionais, unindo-se as comprovações científicas para promover melhores métodos para a construção de práticas economicamente eficientes, sustentáveis ecologicamente e socialmente justas. 

Por isso, o envolvimento da sociedade é primordial para criar um ambiente favorável para promover soberania alimentar às comunidades e gerar fonte de renda digna aos trabalhadores do campo. 

3. Aplicação da agricultura orgânica e de tecnologias limpas

A integração da agricultura com a natureza é, na agroecologia, primordial. Dessa forma, suas práticas visam respeitar os processos naturais do ecossistema, o que expõe menos os cultivares aos agrotóxicos utilizados na agricultura convencional. 

E, inclusive, este método é mais eficiente quando analisamos sua produção. Segundo pesquisas citadas no livro “Dialética da Agroecologia”, de Luiz Carlos Pinheiro Machado e Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, uma produção agroecológica pode produzir cerca de 6% a 10% a mais que a agricultura tradicional. E tudo isso, se utilizando de técnicas mais econômicas e limpas. Ou seja, é possível termos uma quantidade maior de alimentos, mais diversos e mais saudáveis em nossa mesa. 

4. Uso consciente dos recursos naturais, principalmente do solo

Cuidar do solo é uma condição básica para garantir a fertilidade e o desenvolvimento saudável dos cultivares, e isso pode ser feito de várias formas. Listamos aqui 3 delas: 

  • Cobertura permanente do solo:  a cobertura vegetal tem a capacidade de proteger o solo contra erosão e daninhas e também fertilizá-lo, melhorando suas características químicas e biológicas, contribuindo para o crescimento saudável das espécies.
  • Adubação verde ou rotação de culturas: é o plantio de determinadas espécies de plantas (leguminosas, cereais, espécies nativas da região, etc.) que ajudam a tornar o solo mais fértil; 
  • Consorciação de culturas: cultivo de duas ou mais espécies agrícolas na mesma área simultaneamente, que podem possuir diferentes épocas de semeadura e colheita. 

Com o uso consciente do solo, é possível, também, melhorar a qualidade água dos mananciais do entorno e evitar a poluição causada pelo uso dos defensivos agrícolas e outros tipos de insumos agrícolas danosos ao meio ambiente.

5. Fortalecimento da soberania alimentar

Por haver diversidade de espécies no plantio agroecológico, mesmo se alguma variedade de alimento estiver em risco, outras podem se manter resistentes e sobreviver. Isso garante que a produção não pare e, com isso, a renda dos trabalhadores do campo e a alimentação da população não seja comprometida.  

Além disso, a diversificação gera melhores oportunidades no mercado para quem produz e maior variedade na mesa dos consumidores.

As práticas agroecológicas também podem ser um instrumento de soberania alimentar e de renda para comunidades não apenas na zona rural, mas também no perímetro urbano, pois é possível desenvolver projetos que auxiliem populações de baixa renda a plantar seu alimento para sustento próprio e para geração de renda extra.  
Gostou de aprender sobre os princípios e, também, as vantagens da agroecologia? Para saber mais, continue acompanhando nosso blog e siga as redes sociais do Corredor Caipira, pois sempre temos novidades para você.