Quando a gente se propõe a imaginar o mundo que queremos deixar às futuras gerações, sempre vem em mente um lugar de paz, abundância, prosperidade e alegria. Não deve ter um ser humano que tenha intenções contrárias.
Porém, um fenômeno crescente com nome de “ansiedade climática” vem surgindo. Ele trata de um conjunto de condições psicológicas em decorrência da devastação ambiental e previsões nada entusiasmantes sobre o futuro. Este cenário já tem causado impacto na saúde mental, como estresse, insônia e ataques de pânico, especialmente dentre os jovens.
A ansiedade climática em pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Bath, Helsinki e East Anglia com cerca de 10 mil pessoas de 16 a 25 anos em dez países — incluindo o Brasil — indica que os mais novos consideram o futuro “assustador” e o não comprometimento de governos seria a principal causa.
Ainda, os resultados indicaram que 59% dos entrevistados se mostraram muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas, e mais da metade relatou sentir tristeza, ansiedade, raiva, impotência e culpa sobre essas questões.
A psicóloga ambiental da Universidade de Bath, Professora Lorraine Whitmarsh, enfatiza que a mídia pode desempenhar um papel importante na criação de mudanças positivas de comportamento pró-ambiental, mas apenas se forem cuidadosos quando a forma de comunicar sobre as mudanças climáticas, especialmente, sem induzir uma sensação de falta de esperança.
Existe uma solução?
De forma complementar, podemos assumir que além da mídia e seu potencial de comunicação em larga escala, os processos educadores também devem estar atentos para este dilema. Pois engajar transformações por meio do medo do futuro pode ser um gatilho para má saúde mental.
A solução poderia passar pela força da criação de um imaginário de onde gostaríamos de chegar e ações coletivas baseadas em intervenções locais de transformações. Esta estratégia com relação às notícias sobre as catástrofes ambientais e ansiedade em crianças e jovens também pode ser adotada pelas famílias que buscam recursos para lidar com o tema em casa.
Podemos ser a mudança que queremos ver no mundo, como nos anima Mahatma Gandhi, desta forma, se colocarmos as forças corretas, imaginar o ano de 2084 pode nos trazer muita coragem e alegria para o nosso tempo de agora.
Você sente que o fenômeno da ansiedade climática tem te afetado? Pesquise e se envolva em ações coletivas e intervenções locais em seu território. Caso você more no município de Piracicaba(SP) e região, nosso Projeto Corredor Caipira, realizado pelo Nace-Pteca, Esalq/USP e Fealq e patrocinado pela Petrobras, realiza oficinas e cursos voltados para a transformação socioambiental em seu território. Conheça nosso site e redes sociais e mantenha-se por dentro de nossas ações!
Escrito por Fernanda Correa de Moraes, engenheira agrônoma com mestrado e pesquisadora colaboradora do NACE-PTECA