O projeto “Corredor Caipira” realiza, nas proximidades da Estação Ecológica de Barreiro Rico, no município de Anhembi (SP), a implantação do Banco Ativo de Germoplasma (BAG). O objetivo é a conservação genética de espécies arbóreas nativas do interior paulista, região de ocorrência da Mata Atlântica, bioma rico em biodiversidade.
O “Corredor Caipira” é realizado pelo Nace Pteca (Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental) da Esalq/USP e pela Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), com patrocínio da Petrobras.
A implantação do banco soma-se aos esforços do “Corredor Caipira” de realizar a restauração florestal de 45 hectares na região de Piracicaba e implantar corredores ecológicos, de forma a reconectar a cobertura florestal fragmentada pela ação humana.
O BAG é semelhante a um pomar, em que a vegetação é manejada de forma a produzir sementes que serão colhidas para produção de mudas de qualidade genética para futuros plantios. Uma ação que minimiza um problema recorrente: a falta de sementes qualificadas para realizar o reflorestamento.
Diversidade genética
Além de contribuir com as ações futuras de reflorestamento, o BAG será importante na manutenção da diversidade genética da Mata Atlântica. Com a destruição das florestas, a conservação genética das espécies em seus habitats naturais é comprometida. Assim, a ideia é que o BAG reúna uma ampla base genética advinda de vários indivíduos de diversas regiões, o que vai proporcionar a conservação das espécies diminuindo o risco de extinção das mesmas.
O BAG também oferece oportunidade de melhoramento genético para produção de frutos, de madeira, de óleos, de palmito, entre outros itens, o que pode ser benéfico para as populações locais. Por exemplo, o Jaracatiá, espécie escolhida para o BAG, que produz um fruto semelhante ao mamão e que é muito utilizado para produção de doces e compotas comercializados tradicionalmente na região de atuação do Projeto.
Unidade conservadora de material genético
O BAG funcionará como uma unidade conservadora de material genético dessas espécies nativas da flora do interior paulista. Para garantir que o banco cumpra sua função de produzir sementes de excelente qualidade, alguns cuidados são necessários para garantir a variabilidade genética dos indivíduos.
Assim, para cada espécie a ser conservada, são coletadas sementes de 30 árvores diferentes e plantadas 30 mudas de cada uma destas árvores, totalizando 900 indivíduos para cada espécie que compõem o BAG.
Foto: Jessica Lane
Escrito por Rafael Bitencourt, jornalista e coordenador de comunicação do Corredor Caipira