Extinção de espécies em um fragmento florestal isolado: como acontece?

Descubra neste texto como as trocas genéticas são importantes para evitar a extinção de espécies nativas

Você consegue imaginar sua vida sem trocas? Sem sair dos limites do bairro onde mora e contactando-se apenas com as pessoas da sua família? Nestas condições, seria possível conseguir os recursos de que necessita para sua sobrevivência e dos seus filhos?

A pandemia nos permitiu experienciar até certo ponto essa realidade e em pouco tempo colocou a humanidade diante de uma explosão nos casos de depressão e ansiedade, de miséria e fome. Bem, o que acontece com as populações dentro de um fragmento florestal isolado não é tão diferente. Mas o que leva exatamente à extinção de espécies?

O que leva a extinção de espécies em fragmentos florestais isolados? 

A continuidade de uma espécie depende basicamente de dois fatores: obtenção de recursos para a manutenção da vida da população atual e o surgimento de novos indivíduos no futuro. Para a maioria delas, o surgimento de novos indivíduos depende do cruzamento entre macho e fêmea, no qual ocorre a mistura genética que dará origem a um ser único, nunca visto e que não se repetirá sobre a Terra por vias naturais. A reprodução é o caleidoscópio da Natureza.

Em fragmentos florestais isolados, a área se torna limitada tanto para obtenção de recursos como para o crescimento populacional, o número de sobreviventes decai nesse ambiente diminuto e empobrecido. As populações passam a ser formadas por poucos indivíduos que não contactam outras populações. Em pouco tempo, todos apresentarão algum grau de parentesco e os cruzamentos endogâmicos (entre indivíduos aparentados ou geneticamente semelhantes) aumentarão drasticamente.

Os cruzamentos endogâmicos levam à perda da variedade de genes (redução da biodiversidade genética por deriva genética) e à manifestação de genes recessivos deletérios, que podem causar doenças genéticas ou redução nas taxas de reprodução ou de sobrevivência. Muitos desses genes deletérios são oriundos da mutação de genes normais e se comportam como recessivos até que se encontrem no DNA da prole de indivíduos aparentados. O caleidoscópio perde suas pedras.

Os problemas oriundos do cruzamento endogâmico reduzem a aptidão individual e a adaptabilidade da população, intensificando a queda no número de nascimentos e o aumento da mortalidade, o que faz o tamanho populacional se reduzir de geração a geração ao ponto da espécie desaparecer completamente daquele fragmento isolado, de outros fragmentos isolados e finalmente do planeta. Esse processo cíclico e geracional é chamado de vórtex de extinção: é a espiral de perdas em que as possibilidades do caleidoscópio deixam de existir definitivamente. Na imagem abaixo, fica claro como isso acontece: 

o ciclo da extinção de espécies em um fragmento florestal
(Campbell & Reece, Biologia. Artmed. 8ª edição, 2010. Adaptado) – o ciclo da extinção de espécies em um fragmento florestal

O que estamos fazendo para evitarmos o vórtex de extinção?

Quer contribuir para evitar a extinção de espécies? Se conecte a nós do projeto Corredor Caipira para juntos promovermos a conectividade na nossa região e transformar fragmentos isolados em fragmentos-fonte de biodiversidade.

O Corredor Caipira é um projeto tem como objetivo estabelecer, durante 2 anos, 45 hectares de florestas e agroflorestas, formando corredores ecológicos que conectam fragmentos florestais isolados para a conservação da fauna e da flora nos municípios de Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria da Serra e Anhembi, no interior de São Paulo. É uma iniciativa realizada pelo Núcleo de Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental da ESALQ/USP (NACE-PTECA) e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), e patrocinada pela Petrobras.

Quer saber mais sobre como evitar a extinção de espécies e outros assuntos relacionados ao nosso projeto? Acompanhe nosso site e, também, siga as nossas redes sociais.